quarta-feira, 3 de março de 2010

Como escrever uma manchete totalmente errada...

Vejam só neste link como um jornalista realmente pode passar uma mensagem totalmente equivocada com o título da reportagem errado...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dilma Russef: entrevista

Link pra entrevista de Dilma Russel na revista Época aqui.

Que entrevista boa! E ainda por cima ajuda a conduzir a conversa com os três jornalistas... mas foi uma condução boa, sem influenciar demais o destino da conversa, sem bater em ninguém, falando o óbvio mas um óbvio que precisa ser dito e ouvido... Essa mulher ainda tem muito pra encher os olhos da gente! Não sei se chega a ser eleita, tenho cá minhas dúvidas...

Afinal sabemos que nem todos no Brasil votam em legenda (talvez excetuando-se os petistas). A imensa maioria vota em imagem e propaganda bem feita... Os tempos são outros, é verdade: dificilmente teríamos um caso de eleição de candidato bonito e galante (como o Collor), esbravejando contra marajás... No entanto, se vacilarem na propaganda política da Dilma, não duvidem que o PSDB deixará barato, hein! Tem que pegar firma nessa campanha, de ambas as partes, sem abusos, sem exposições desnecessárias, mas com muita discussão de propostas e projeto de longo prazo pra esse país. Nesse aspecto, sinceramente, acredito que neste momento a Dilma já tenha algo mais preparado e mais claro dentro da cabeça. Agora falta o desenrolar da campanha e que se dê voz aos ilustríssimos...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Naufrágio

Hoje li uma notícia que me fez pensar (como muitas outras)... No litoral do Rio de Janeiro, a cerca de 550km da costa, um veleiro naufragou mas todos os ocupantes foram salvos, em menos de 3 horas. Excelente notícia, apesar do incidente triste. No entanto, o que me fez pensar mesmo foi a proposta de viagem do veleiro que naufragou: era um barco que pertence a uma escola canadense que atravessa o mundo anualmente com uma turma de jovens (com idades entre 16 e 21 anos) para um ano letivo normal em alto-mar e ao mesmo tempo para fixar o conhecimento adquirido em sala de aula. Imagine estudar história grega ou romana e na semana seguinte estar desembarcando na Grécia ou na Itália e ver tudo aquilo ao vivo, na forma de museus ou estátuas... ou então imagine vc estudar francês, aprender uma palavra nova e no dia seguinte estar na França colocando em prática o vocabulário novinho... hehehehe muito boa a idéia!! Na pior das hipóteses vc terá aprendido um ofício: marinheiro! Pois é, os próprios alunos fazem serviços de bordo como recolher velas ou lavar o convés. Ah, isso é o de menos, seria até divertido... pra passar o ano inteiro viajando pelo mundo?!? poxa, vale a pena!!! Eu queria ter feito isso na minha adolescência :)

PS: O custo da brincadeira? Até 85.000 dólares canadenses... salgado, mas ainda assim apetitoso...

Link 1 e Link 2 : reportagens da Folha de S. Paulo

Hibernação

Nossa, que longo período de hibernação... Diga-se de passagem, hibernação não-forçada... tá, talvez um tenha sido um pouco forçada sim... esse último ano foi complicado, mas ao mesmo tempo surgiram coisas (e pessoas) muito boas ao longo dele :)

Bem, vou tentar retomar aqui meu espaço e prometo tentar escrever alguma coisa diariamente... Às vezes me dá vontade de escrever algo, pra ter a certeza de que posso deixar algo pra posteridade, mesmo que seja algo sem muito valor ou utilidade, mas que vai aplacar um pouco essa sensação de "ausência de um legado"... Não sei das outras pessoas, mas hoje em dia, com tantas opções de registros online pra se deixar algum legado, não sei porque algumas pessoas não sentem a mínima vontade de se expressar pro futuro.

Então, eu pelo menos quero tentar :P

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama: o personificador de um sonho

Realmente foi um momento histórico. Não só pelo fato de ser o primeiro negro eleito nos EUA. Não só por defender um controle maior do estado sobre o mercado. Não só por lutar por um sistema de saúde pública de qualidade, num país onde saúde gratuita e universal é visto como socialismo. Não só por sugerir cortes de impostos pra classe média americana. Não só por ser um exemplo mundial de democracia sólida com todas as liberdades que isso implica.

Mas principalmente por ser um momento em que vemos surgir um homem com características de líder realmente, um líder para todos: brancos, negros, asiáticos, judeus, hispânicos, e todas as etnias que compõem os Estados Unidos. E um líder com interesse claro de diálogo com o resto do mundo. Lembro da eleição do Lula no Brasil, e comparo a frase pós-eleição "A esperança venceu o medo" com o slogan do Obama "Sim, nós podemos". É impressionante como existem pessoas que personificam o ideal de um povo inteiro. Melhor que isso é ver quando esses personificadores aguentam a pressão nos ombros e correspondem às expectativas. Vamos torcer pra que dê tudo certo, pois de tabela isso afeta a todos nós, não-americanos.

Discurso da vitória de Barack Obama:

"Oi, Chicago.

Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença.

É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que nós nunca fomos somente uma coleção de indivíduos ou uma coleção de Estados vermelhos e azuis.

Nos somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que recebeu aqueles que ouviram --por tanto tempo e de tantos-- para serem cínicos, medrosos e hesitantes sobre o que poderiam realizar para que coloquem a mão no arco da história e torçam-no uma vez mais, na esperança de dias melhores.

Faz muito tempo, porém, nesta noite, por causa do que fizemos nesse dia de eleição, nesse momento decisivo, a mudança chegou à América.

Um pouco mais cedo nesta noite, recebi um telefonema extraordinariamente gracioso do senador McCain. Ele lutou muito e por muito tempo nesta campanha. Ele lutou ainda mais e por ainda mais tempo por esse país que ele ama. Ele enfrentou sacrifícios pela América que a maioria de nós nem pode começar a imaginar. Nós estamos melhores graças ao serviços desse líder bravo e altruísta.

Eu o parabenizo e parabenizo a governadora Palin por tudo que eles conquistaram. Eu estou ansioso por trabalhar com eles e renovar a promessa dessa nação nos próximos meses.

Eu quero agradecer meu parceiro nessa jornada, um homem que fez campanha com o coração e que falou para os homens e mulheres com os quais cresceu, nas ruas de Scranton, e com os quais andou de trem a caminho de Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E eu não estaria aqui nesta noite sem a compreensão e o incansável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a rocha da nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama dessa nação, Michelle Obama. Sasha e Malia [filhas de Obama] eu as amo mais do que vocês podem imaginar. E vocês mereceram o cachorrinho que irá morar conosco na nova Casa Branca.

E, embora ela não esteja mais entre nós, eu sei que minha avó está assistindo, ao lado da família que construiu quem eu sou. Eu sinto falta deles nesta noite. Eu sei que minha dívida com eles está além de qualquer medida.

Para minha irmã Maya, minha irmã Alma, todos os meus irmãos e irmãs, muito obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a eles.

E agradeço ao meu coordenador de campanha, David Plouffe, o herói anônimo da campanha, que construiu o que há de melhor --a melhor campanha política, penso, da história dos EUA.

Ao meu estrategista-chefe David Axelrod, que tem sido um companheiro em todos os passos do caminho. À melhor equipe de campanha reunida na história da política --você fizeram isso acontecer, e eu serei sempre grato pelo que vocês sacrificaram para conseguir.

Mas, acima de tudo, eu nunca esquecerei a quem essa vitória realmente pertence. Isso pertence a vocês. Isso pertence a vocês.

Eu nunca fui o candidato favorito na disputa por esse cargo. Nós não começamos com muito dinheiro ou muitos endossos. Nossa campanha não nasceu nos corredores de Washington. Nasceu nos jardins de Des Moines, nas salas de Concord e nos portões de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que cavaram as pequenas poupanças que tinham para dar US$ 5, US$ 10 e US$ 20 para essa causa.

Ela [a campanha] cresceu com a força dos jovens que rejeitaram o mito de apatia da sua geração e deixaram suas casas e suas famílias por empregos que ofereciam baixo salário e menos sono.

Ela tirou suas forças de pessoas não tão jovens assim que bravamente enfrentaram frio e calor para bater às portas de estranhos e dos milhões de americanos que se voluntariaram e se organizaram e provaram que, mais de dois séculos mais tarde, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Essa é a nossa vitória.

E eu sei que vocês não fizeram isso só para ganhar uma eleição. E eu sei que vocês não fizeram tudo isso por mim.

Vocês fizeram isso porque entendem a grandiosidade da tarefa que temos pela frente. Podemos comemorar nesta noite, mas entendemos que os desafios que virão amanhã serão os maiores de nossos tempos --duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século.

Enquanto estamos aqui nesta noite, nós sabemos que há corajosos americanos acordando nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscar suas vidas por nós. Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagar a universidade de seus filhos. Há novas energias para explorar, novos empregos para criar, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.

O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, nunca estive mais esperançoso do que chegaremos lá. Eu prometo a vocês que nós, como pessoas, chegaremos lá.

Haverá atrasos e falsos inícios. Muitos não irão concordar com todas as decisões ou políticas que eu vou adotar como presidente. E nós sabemos que o governo não pode resolver todos os problemas. Mas eu sempre serei honesto com vocês sobre os desafios que enfrentar. Eu vou ouvir vocês, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, eu vou pedir que vocês participem do trabalho de refazer esta nação, do jeito que tem sido feito na América há 221 anos --bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada por mão calejada.

O que começamos 21 meses atrás no inverno não pode terminar nesta noite de outono. Esta vitória, isolada, não é a mudança que buscamos. Ela é a única chance para fazermos essa diferença. E isso não vai acontecer se voltarmos ao modo como as coisas eram. Isso não pode ocorrer com vocês, sem um novo espírito de serviço, um novo espírito de sacrifício.

Então exijamos um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, com o qual cada um de nós irá levantar e trabalhar ainda mais e cuidar não apenas de nós mesmos mas também uns dos outros. Lembremos que, se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre.

Nesse país, nós ascendemos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de voltar ao bipartidarismo, à mesquinhez e à imaturidade que envenenou nossa política por tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste Estado que primeiro carregou a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre valores de autoconfiança, liberdade individual e unidade nacional.

Esses são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata obteve uma grande vitória nesta noite, isso ocorre com uma medida de humildade e de determinação para curar as fissuras que têm impedido nosso progresso.

Como [o ex-presidente Abraham] Lincoln [1861-1865] afirmou para uma nação muito mais dividida que a nossa, nós não somos inimigos, e sim amigos. A paixão pode ter se acirrado, mas não pode quebrar nossos laços de afeição. E àqueles americanos cujo apoio eu ainda terei que merecer, eu talvez não tenha ganho seu voto hoje, mas eu ouço suas vozes. E eu preciso de sua ajuda. Eu serei seu presidente também.

E a todos aqueles que nos assistem nesta noite, além das nossas fronteiras, de Parlamentos e palácios, àqueles que se reúnem ao redor de rádios, nas esquinas esquecidas do mundo, as nossas histórias são únicas, mas o nosso destino é partilhado, e uma nova aurora na liderança americana irá surgir.

Àqueles que destruiriam o nosso mundo: nós os derrotaremos. Àqueles que buscam paz e segurança: nós os apoiamos. E a todos que questionaram se o farol da América ainda ilumina tanto quanto antes: nesta noite nós provamos uma vez mais que a verdadeira força da nossa nação vem não da bravura das nossas armas ou o tamanho da nossa riqueza mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e inabalável esperança.

Esse é o verdadeiro talento da América: a América pode mudar. Nossa união pode ser melhorada. O que já alcançamos nos dá esperança em relação ao que podemos e ao que devemos alcançar amanhã.

Essa eleição teve muitos "primeiros" e muitas histórias que serão contadas por gerações. Mas há uma que está em minha mente nesta noite, sobre uma mulher que votou em Atlanta. Ela seria como muitos dos outros milhões que ficaram em fila para ter a voz ouvida nessa eleição não fosse por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Ela nasceu apenas uma geração após a escravidão; uma época na qual não havia carros nas vias nem aviões nos céus; quando uma pessoa como ela não podia votar por dois motivos --porque era mulher ou por causa da cor da sua pele. Nesta noite penso em tudo que ela viu neste seu século na América --as dores e as esperanças, o esforço e o progresso, a época em que diziam que não podíamos, e as pessoas que continuaram com o credo: Sim, nós podemos.

Em um tempo no qual vozes de mulheres eram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela viveu para vê-las se levantar e ir às urnas. Sim, nós podemos.

Quando havia desespero nas tigelas empoeiradas e a depressão em toda parte, ela viu uma nação conquistar seu New Deal, novos empregos, um novo senso de comunidade. Sim, nós podemos.

Quando bombas caíam em nossos portos e a tirania ameaçava o mundo, ela estava lá para testemunhar uma geração chegar à grandeza, e a democracia foi salva. Sim, nós podemos.

Ela estava lá para ver os ônibus em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, a ponte em Selma e um pregador de Atlanta que disse "Nós Devemos Superar". Sim, nós podemos.

Um homem chegou à Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo foi conectado por nossa ciência e imaginação. Neste ano, nesta eleição, ela tocou o dedo em uma tela e registrou o seu voto porque, após 106 anos na América, através dos melhores e dos mais escuros dos tempos, ela sabe que a América pode mudar. Sim, nós podemos.

América, nós chegamos tão longe. Nós vimos tanto. Mas há tantas coisas mais para serem feitas. Então, nesta noite, devemos nos perguntar: se nossas crianças viverem até o próximo século, se minhas filhas tiverem sorte suficiente para viver tanto quanto Ann Nixon Cooper, quais mudanças elas irão ver? Quanto progresso teremos feito?

É nossa chance de responder a esse chamado. É o nosso momento.

Esse é nosso momento de devolver as pessoas ao trabalho e abrir portas de oportunidade para nossas crianças; de restaurar a prosperidade e promover a paz; de retomar o sonho americano e reafirmar a verdade fundamental de que, entre tantos, nós somos um; que, enquanto respirarmos, nós temos esperança. E onde estamos vai de encontro ao cinismo, às dúvidas e àqueles que dizem que não podemos. Nós responderemos com o brado atemporal que resume o espírito de um povo: Sim, nós podemos.

Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América."

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Dono(a) de casa

Morar sozinho tem suas vantagens e desvantagens... Vejamos: liberdade, não precisa dar satisfação pra (quase) ninguém, deixar o seu ambiente do jeito que você gosta, tudo muito bom... Mas o chato é o outro lado da moeda: quando se tem um problema em casa, perde-se um dia inteiro pra resolver! Ou no meu último caso: alguns dias!
Vazamento no teto da cozinha, vai na casa do vizinho de cima, conversa sobre o problema, chama bombeiro hidráulico, espera até o dia que o bombeiro disse que pode fazer o serviço, no dia combinado o sujeito não dá as caras, desculpa esfarrapada, combina no outro dia, mostra o problema pro bombeiro, ele vai pra casa do vizinho, acompanha o serviço, tudo resolvido, teto da cozinha seco novamente.... que novela!! dava até pra dividir em três capítulos com direito à "A seguir, cenas do próximo capítulo..."
É fogo!!! Ficar a semana inteira sem poder cozinhar de noite e comendo fora todo dia, não dá!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O planejamento que queremos

Ontem um amigo me mostrou um blog que criou só para protestar contra a falta de planejamento urbano na minha querida Juiz de Fora/MG. Deixo aqui o link. Amanhã tento postar algo mais inspirado...